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Agonizo, ainda fremindo, os últimos instantes.

Se um dia fui teu, hoje duvido.

Mas persistem a dor e o gemido

de quando éramos insidiosos amantes.

Cada gemido, deixado entre paredes,

ecoa, ressonante, ao fim da tarde.

Pois a chama que criamos ‘inda arde

na solidão da cama, do chão, da rede...

Se isso existe... Traí o loquaz traidor,

reinventando o pecado e a mentira.

Por isso o rancor, seu ódio e sua ira?

Não sou tão insensível: você se foi deixando.

Perdoar, não! Isso não existe!

Mas a dor, sim! Essa dói e persiste.

Fortaleza, 18 de novembro de 2004.

10h20min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 19/09/2012
Reeditado em 20/09/2012
Código do texto: T3889661
Classificação de conteúdo: seguro
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