DEVE SER ENGANO
DEVE SER ENGANO
Ah como eu queria estar enganada
Como queria não lhe enxergar
Naquele pedestal frio
Erguido com tijolos de arrogância e ironia
Ah como eu queria...
Ah se eu estivesse errada
Jamais ficaria calada
Sairia saltitando,
gritando por todos os cantos da poesia
Que você vivia, existia...
Pedestal requintado, bonito e encantado
Mas de paredes gélidas,cinzas ,quase mortas
Paredes que fazem a minha poesia torta,
Sem aquele ar de admiração
transbordando pela alma
Que a enchia de brilho e alegria
Mas não posso pensar assim
Você é tudo que é
e que pretende
e não o que não me ofende,
E não apenas inspiração
para a minha poesia!
Passo então, a buscá-lo na paz ensurdecedora
Nas viagens das letras a manjedoura
No topo da montanha que me fez enxergar
No silêncio do vento que me ensinou a escutar
E encontro-te nas incoerências das quinas bonitas
Nas lágrimas das quadras aflitas
Encontro-te sentado
solitário e triste,lavando com lágrimas
O uno do meu coração!