.:. Ah! .:.
.:.
Ah, coração!
Tola máquina pulsante.
Tudo era ilusão...
E passou.
Ficaram os desencontros;
as mentiras.
O amor, quando se declara,
não exige provas,
mas deve ser verdadeiro.
Por que aconteceu?
Fuga... Talvez um escape, isso!
Nossas alegrias eram, acredite,
reproduzidas de igual modo
em tirania, em desamor e lágrimas.
Decidi cotejar as emoções.
Estranho, sabia?
As decepções pesaram mais.
Como amar plenamente
se a desconfiança era a minha verdade?
Havia força no olhar, no toque;
éramos e nos doávamos fortemente.
Temia nossa obsessão.
Temia cada loucura feita a dois, temia...
Por que o ciúme, responde?
Adiantaria eternamente
os sucessivos pedidos de perdão?
Não somos religiosos, ora!
Odiava suas promessas.
Por que nos resignamos?
Medo do tempo, que nos criou em distintas épocas?
E o seu apego ao passado;
suas eternas sombras nos rondando...
Pessoas antigas;
relacionamentos arquétipos e borrados pelo tempo.
Faltava a felicidade plena que eu merecia.
Não tive opção:
baixei a cabeça, fechando-me para o outro.
O que ganhamos com isso?
O tempo passou e aqui estamos nós, velhos!
Você mais velho ainda.
Eu amadureci com o tempo.
Não diria o mesmo de você.
Crato-CE, 15 de agosto de 2008.
16h00min