INTRÍNSECOS ESPAÇOS
Não desejo assumir uma atitude objurgatória
Pois libertando é que se conhece quem se é
Analisando a efígie da realidade não aparente
Nada balbucie apenas fale pelo silêncio do olhar
E assim saberei o que é contraproducente em nós
Para distinguir tudo o que seja então ambivalente
Hoje delineio o relevo volúvel da personalidade
Separando-a e intercalando-a prudentemente
Para delimitar o que remeta ou não ao pictural
Não desejo ser conivente com o conveniente
Nem flertar com o inconveniente e perfunctório
E assim tornar-me um observatório do fictício
Sufocado pelo falso autodidatismo da paixão
Desejo o palpável o real sem essas dicotomias
Pois o que se pode abarcar vence as distâncias
Aonde o imponderável precipita-se em mim
No precipício das angustias interiorizadas
Nas vagas intempestivas do mar das vaidades
Procuro o ensandecido sentimento do toque
E vejo em minhas palavras vazias apenas acismo
Delimitado pelas circunstâncias circunscritas
Na intersecção de nossos intrínsecos espaços
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