DESPEDIDA

Se um dia eu me vestir de aventura

E minha carne vermelha pulsar

Sem a vibração do sorriso

E a comoção do arrepio,

Não se exalte, amada,

Pois estarei de partida.

Estarei no próximo trem,

Estarei bem mais além

que seus olhos possam alcançar.

E se caso a minha ausência te incomode,

Não se apavore e se acomode

No teu quarto de tédio.

Não mais haverá retorno breve

Porque este vento que me carrega,

Sem trégua me leva

A léguas de distância.

Não se canse, querida!

Apenas estique o braço

Até onde sua mão alcança

E chore sobre a fronha amassada

Onde antes cansava minha cabeça

De tanta desdita, tanta desfeita.

Paulo Pazz
Enviado por Paulo Pazz em 08/09/2012
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