DESPEDIDA
Se um dia eu me vestir de aventura
E minha carne vermelha pulsar
Sem a vibração do sorriso
E a comoção do arrepio,
Não se exalte, amada,
Pois estarei de partida.
Estarei no próximo trem,
Estarei bem mais além
que seus olhos possam alcançar.
E se caso a minha ausência te incomode,
Não se apavore e se acomode
No teu quarto de tédio.
Não mais haverá retorno breve
Porque este vento que me carrega,
Sem trégua me leva
A léguas de distância.
Não se canse, querida!
Apenas estique o braço
Até onde sua mão alcança
E chore sobre a fronha amassada
Onde antes cansava minha cabeça
De tanta desdita, tanta desfeita.