MEU CARNAVAL
Desse modo frio e vago
Incerto e descartável
É o meu viver.
Num seguir instável
Deserto, ignorado
É o meu sofrer.
No padecer detido
Do lutar perdido
Só e esquecido
Meu grito não ecoa
A coragem foge
A esperança voa
Meu chorar não é à toa
E procuro ver
Se algo em mim restou
Do que posso ser
Do que fui (e o que ficou)
Como figuras mortas
Entre linhas tortas
Este quadro dói
É a festa bufa
Com risos espantosos
Gestos escabrosos
É assim que vejo
É assim que sinto
(E me sinto mal)
É assim que danço
Meu pobre carnaval.
24/02/2000