NADA DEMAIS
Mais que nada, mas nada demais
Sem andar pra frente, mas sem olhar pra trás
É certo que não destrói
Como é fato que nada faz
Parado na beira do abismo
Enquanto planeja
Mede o próprio egoísmo
E como não entende a inveja
Não se sente um ninguém
Mas esta certo que é um simples alguém
Não sabe se leva a vida
Ou é dela só um refém
Chora pra dentro e não lamenta
É esmagado e ainda aguenta
Quando nada há pra se fazer
Junta seus cacos e se reinventa
Já viu o fogo arder
Angustiado testemunhou o sol nascer
E quando fechou os olhos
Lembrou o quanto queria crescer
Brincou com seu destino
Atos inconsequentes
Tantos desatinos
Insultos às serpentes
Ainda assim nada demais
Nem digno de ser notável.
Já que o tempo não volta atrás,
Sua história é descartável.