VELEIDADE VELADA.
Tenho ojeriza a esse pensar pernóstico
Que vive no limbo das superficialidades
Superfície de sua própria profundidade
No fluxo das novidades ambulantes
No refluxo do antro das iniqüidades
Perdida no inelutável inconformismo
Não esgrimindo o verso de seu reverso
Presa a indissolubilidade das pulsações
Nos momentâneos prazeres cotidianos
Atrelados as preposições do silogismo
Inflexível ante o empirismo do vazio
Pelo antagonismo figurativo e abstrato
Exímios em mascarar o que de fato se é
Na ascendência em si mesma atinente
O alvedrio deturpado da falsa liberdade
No suplício das horas párias e diluídas
Nessa não vedada veleidade velada
Onde nada é o que aparenta e ressoa
Mesmo a orfandade de sua fatuidade
Ministradas em gotas de puro placebo
Pois a cura está na temporalidade real
E não na frialdade intempestiva e densa
Marcada na face de um engano infantil
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