Anjo Decaído

Hei de matar meu anjo da guarda

Com sete punhaladas

Criatura inútil!

Incapaz de minha guarda.

Comemorarei depois com o Exú

Que encontrar na primeira encruzilhada,

Juntos beberemos rum;

Num desses barzinhos

Que alegram as margem da sociedade.

De tira gosto irei comer a Pomba-Gira

Em um motel de beira de estrada.

E quando as legiões de anjos,

Arcanjos, serafins e querubins

Vierem atrás de mim.

Estarei na portal do céu

Deixando um coração angelical

Dentro de um prato de barro,

Sete velas vermelhas

E um punhal ensanguentado.

Zé Roberto Filho
Enviado por Zé Roberto Filho em 22/08/2012
Reeditado em 26/11/2024
Código do texto: T3843306
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