Anjo Decaído
Hei de matar meu anjo da guarda
Com sete punhaladas
Criatura inútil!
Incapaz de minha guarda.
Comemorarei depois com o Exú
Que encontrar na primeira encruzilhada,
Juntos beberemos rum;
Num desses barzinhos
Que alegram as margem da sociedade.
De tira gosto irei comer a Pomba-Gira
Em um motel de beira de estrada.
E quando as legiões de anjos,
Arcanjos, serafins e querubins
Vierem atrás de mim.
Estarei na portal do céu
Deixando um coração angelical
Dentro de um prato de barro,
Sete velas vermelhas
E um punhal ensanguentado.