E o tempo são vermes
Vivo o eclipse de um iluminado olhar...E dos tempos de sol tenho eu sombrias lembranças...
Gélida noite coberta por véu de prata
A neblina iluminada pela a luz do luar
Inspira as almas perdidas e solitárias...
Vivo a imobilidade de teus lábios...
Danço a canção que se desprende do silêncio de tua voz...
No tétrico quarto escuro de tua ausência...
Trancadas estão todas as janelas
Pássaro algum ousa pousar nelas
Não bate meu coração
Sou estatua fria de emoção
Vivendo da vida a consequência...
Vivo a rigidez de tua pele
minh’alma se decompões com tuas carnes...
Os ponteiros do relógio marcam o tempo...
E cada segundo são vermes que me devoram...
Tortura é a espera do fim do tormento...
Vivo sem ar, sem luz, vivo por viver
Pois vivo ressequido de vida...
Bate em meu peito um apodrecido coração...
Me devoram os vermes... Aos poucos
Enquanto me agarro a tua imagem cadavérica
-Vamos... Acabe trágica espera...
Corra veloz o tempo nesta solidão
Onde cada segundo é um prego
na tampa de nosso caixão.