Amor Intolerável Dor
Repulso-o dentre a janela,
Essa angústia tão intolerável,
A luz que ao som se revela,
Tornando o existir lamentável
Erguendo-se em sua ascensão
Em meu existir sombrio,
Criando tuas raízes no coração,
Neste viver assim frio!
Agora que as pinturas completas
Desfazem-se pelas luzes,
Estrangulo o amor que apertas
Pondo-o entre as cruzes!
Atire-me as pedras com os teus,
Dedos feridos na agonia,
Da morte já não temo a Deus,
Só o amor e a sua alegria
Nas pedras da solidão suplicaria
Pelo perdão de tanta dor,
Jamais esse amor eu toleraria,
Matá-lo-ia com meu rancor