E assim aconteceu...
À meia-luz, lembro-me apenas
do teu vulto caminhando para a porta,
que suavemente se fechou e sem
ao menos dar uma olhadela para trás
ou esboçar um gesto de despedida,
tu a atravessaste silenciosamente,
tal como surgiste e tal como vais
embora de minha vida!
Ficou um gosto de amargura
e solidão em meio à colcha
e ao lençol, mas o teu perfume
inebriava-me os sentidos e trazia
de volta lembranças dos bons
momentos do nosso amor!
Aproximo-me e abro a porta,
querendo vê-la pela última vez,
mas já é noite e a única coisa
que posso fazer é estender o braço
e gesticular o meu último adeus,
como se fosse possível tu me enxergares,
já distante, em meio àquela triste escuridão!