reflexo
nada é meu nada sou eu
pois se de tudo que vivo compartilho
se ao meu alcance o tátil é transcendível
já não tenho identidade
só em todas as faces
no que escuto de mim
andei por me econtrar mas vaguei
parei pra te ouvi e descobri
que num instante fui alguém
de mim sei de tudo e nada tenho pra saber
mas nos teus olhos nos teus lábios
existo sem me entender
quis mostrar quem sou
quis narrar o que me fez até aqui
tinha a tela mas tu tinhas aquarela
tinha o conto mas em ti jaz o encanto
e num estalo acordei
[por tanto tempo o tempo tem ficado lá na frente
reflexo engendrado de atuais probres momentos?
cheios de frígidos pensamentos
os sons ainda esperam lá fora
o belo inunda os que não estão cegos
padeço de saudade
quando fui liberdade, pulmão com áres
corpo envolto de águas e paisagens
sentidos indo além do fugaz ponto
reflexo no espelho do meu aposento]