reflexo

nada é meu nada sou eu

pois se de tudo que vivo compartilho

se ao meu alcance o tátil é transcendível

já não tenho identidade

só em todas as faces

no que escuto de mim

andei por me econtrar mas vaguei

parei pra te ouvi e descobri

que num instante fui alguém

de mim sei de tudo e nada tenho pra saber

mas nos teus olhos nos teus lábios

existo sem me entender

quis mostrar quem sou

quis narrar o que me fez até aqui

tinha a tela mas tu tinhas aquarela

tinha o conto mas em ti jaz o encanto

e num estalo acordei

[por tanto tempo o tempo tem ficado lá na frente

reflexo engendrado de atuais probres momentos?

cheios de frígidos pensamentos

os sons ainda esperam lá fora

o belo inunda os que não estão cegos

padeço de saudade

quando fui liberdade, pulmão com áres

corpo envolto de águas e paisagens

sentidos indo além do fugaz ponto

reflexo no espelho do meu aposento]

Bandeirante do Universo
Enviado por Bandeirante do Universo em 17/08/2012
Código do texto: T3835881
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