Eclipsado

Eclipsado

Você fechou a janela na cara da lua

Me deixou jogado na sarjeta, na rua

Não quis sequer ouvir minha versão

Na sua língua não existe o verbete perdão.

Ignorou as súplicas das calorosas estrelas

Fechou os olhos e sequer se dispôs a ve-las

Agarrada em sua verdade individual de um só lado

Descarta esse polígono complexo e multifacetado.

Firme em sua certeza, irredutível em sua posição

Só vê vácuo em toda distância entre o sim e o não

Descrê de tons e matizes, desdenha explicações

Impassível reina sobre suas imutáveis convicções.

Sequer cogita que dificilmente alguém erra sozinho

Que a mão pode ser dupla e sempre há retorno no caminho

Segue célere, ofendida e magoada , única vítima desta história

Me relega a vilão , manipulando ao seu bel prazer toda memória.

Ok, se é o que me cabe, fico com esse papel

Mas nunca se esqueça, toda vez que olhar para o céu

De quão infinito todo esse Amor poderia ter sido

Se você permitisse que ele arrependido pudesse ser revivido

Leonardo Andrade