POUCO PANO

Faz tempo que não sei

perdi o tempo e à hora

um tempo que contei

tempo que não sei agora

Em um passado tão presente

nada a levar para o futuro

mais uma noite se vai lentamente

trazendo um dia que já chega escuro

Corpo vestido de pano

alma despida e fria

e os panos quanto engano

não cobrem o que deveria

Escondesse essa tristeza

que me deixa em letargia

talvez na incerteza

melhor eu viveria

O tempo passa

e pela vidraça

vejo a vida lentamente escorrer

e enquanto observo

eu morro sem viver

Célia Jardim

Célia Jardim
Enviado por Célia Jardim em 15/02/2007
Reeditado em 08/12/2007
Código do texto: T382169
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