ELA/ELE
Ela, depois de um momento mágico,
Sentiu um frio metálico
Acolhendo-a como filha.
Sem compreender a solidão repentina,
Encolheu-se como serpentina
A espera de um afago, de um carinho,
Naquele ninho quase vazio
Que jamais viera a ter.
Ele, depois do sexo,
Envolto em sua vaidade viril,
Perdeu a suavidade juvenil
Que momentos antes tivera.
Consciente do dever cumprido,
Vestiu a sua roupa e entregou-lhe o vestido,
E como se nada tivesse acontecido,
Sem ficar nem um pouco constrangido,
Fechou a porta atrás de si,
Com outra dama foi dormir,
Sem pensar que em outro canto,
Deixou um coração em prantos
E sonhos perdidos ao no chão.
By Nádia Ventura