ELA DESCE A TEMPESTADE
ELA DESCE A TEMPESTADE
Marcos Olavo
O açoite Do trovão nos pega,
Na raiva dos raios aloprados,
Batendo na cara com tanta promessa,
Numa passagem no céu cinza.
Ela desce a tempestade na irá,
De uma conversa que é tola,
Na face mal resolvida da vida,
Com marcas apanhada em facas.
Há tempo na demora feia,
De todas as verdades na mentira,
Vista pela boca ordinária escrita,
Em uma maldita madeira antiga.
Agora é hora do desespero,
Na noite uivada do temporal,
Na pior febre sem cura em dia,
Fazendo do sombrio assobio.
Solto a língua de feiticeira,
No colo da fresca saudade,
Na linha inventada em nós,
Nessa lealdade infiel nossa.