Vale de tudo para fugir do silêncio
Vale de tudo para fugir do silêncio
que nos decepa os sentidos e
nos remete a angústias do além nós?
Quando mascaramos a nossa falta
e agitamos a ausência do mundo,
somos jogados no dia ausente de luz,
com intenso cinza, dentro desta máscara
que já não sabemos se é rosto
ou ausência da face que acreditamos
ter pertencido a nós no passado.
A esta altura não conseguimos
mais mentir para a pedra de carne
que se agita gelada por dentro.
As mentiras se perderam nas máscaras
que estão cimentadas naquilo
que acreditamos ser o verdadeiro rosto
que forçamos a pedra a moldar para nós
com seu magma, cuja fria chama
petrificou nossa vontade.
Agora somos estátuas perfeitas
que não podem mais se mover...