O POEMA TOLO
Massacres à parte, aqui vou eu endereçado a coisa alguma
Rogando que suma de uma vez por todas essa eterna aparição
Que não me estende a mão, que não me deu razão nenhuma
Mas que em minh'lma espuma no sal que farta o mar da minha solidão!
Cessem em definitivo os seus ataques de aguda indiferença
Porque a grande e única diferença está no fato que lhe pouco importa
Já que não me conforta a sensação de que em mim nem pensa
Então imploro que me vença para que essa doença saia pela porta!
Levando o beijo que não me foi dado e esse poema tolo nunca lido
Impondo ao vento dolorido que tenha piedade dessa lágrima cansada
A fim de que socorra outra morada e constitua um novo louco iludido
Em suas fraturas escondido pra ver sua desilusão curada!
Que no final é tudo que de fato mais importa ao meu destino
Segue a procissão no badalar do sino, segue o anúncio do estopim
Que vou também seguindo assim: morrendo, lutando e mentindo
Chorando sempre que sorrindo, fingindo que esse amor eterno teve fim!
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Reinaldo Ribeiro