Felicidade
És um olhar pálido sob sol,
no limiar da morte, a luz...
Não, não a luz dos iluminados,
nem a ausência aos flagelados,
mas a vida que se esvai...E reluz!
O mistério te sombreou a face,
num deleite, de quem nada deixa...
Sou farrapo que te esperou,
para quem sempre silenciou,
ouvindo e esquecendo, minha queixa!
Tu, que dizem flores da existência,
que falam, redenção do sofrimento...
Tu, que diante de mim calaste,
que um dia meus olhos encontrastes,
e soprou indiferente como o vento...!
São desejos enfim degredados,
enegrecidos como a morta flor...
Vai, onde não te veja o meu olhar,
onde minha vida não possa buscar,
esta última espera que me negou o amor...!