Bolero N° 2
Vai, parte se achas melhor assim,
Mas não olhe para trás, por favor,
Pois no meu amor, tu poste um fim,
Deixando-me o amargo do teu sabor...
~
Mas espero que tu possas se lembrar,
Antes mesmo de cruzar pela porta,
Que um dia, tu podes querer voltar,
Há quem hoje tu não mais sê importa...
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E o tempo poderá por mim se vingar,
Revelando aos teus sonhos perdidos,
E mesmo assim, não poderás voltar,
Mostrando-me aos teus olhos arrependidos...
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E por mim, não vai adiantar lamentar,
Assim, como antes por ti eu lamentei,
E por fim, talvez tu até queiras chorar,
Assim como por ti eu também chorei...
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Eu sei que vou perceber em minhas mãos,
Todo o perfume deixado por seu cabelo,
Fazendo-me lembrar do vazio no coração,
Que me condenou a viver neste flagelo...
~
Eu te amo, mas queria te esquecer,
E meu inferno eu sei que vai se perdurar,
Pois o amor, não é fácil de desaprender,
Para quem na vida, só soube te amar...
~
E assim virão as frias tardes de outono,
Prenunciando outro inverno em minha vida,
E com o frio, sei que perderei o sono,
Tendo sempre a sua imagem abatida...
~
E os meus lírios, não sobreviveram,
Ao deserto que por aqui tu deixaste,
E anos passarão, sem haver um único verão,
Relembrando o dia em que me abandonaste...