Bolero N° 2

Vai, parte se achas melhor assim,

Mas não olhe para trás, por favor,

Pois no meu amor, tu poste um fim,

Deixando-me o amargo do teu sabor...

~

Mas espero que tu possas se lembrar,

Antes mesmo de cruzar pela porta,

Que um dia, tu podes querer voltar,

Há quem hoje tu não mais sê importa...

~

E o tempo poderá por mim se vingar,

Revelando aos teus sonhos perdidos,

E mesmo assim, não poderás voltar,

Mostrando-me aos teus olhos arrependidos...

~

E por mim, não vai adiantar lamentar,

Assim, como antes por ti eu lamentei,

E por fim, talvez tu até queiras chorar,

Assim como por ti eu também chorei...

~

Eu sei que vou perceber em minhas mãos,

Todo o perfume deixado por seu cabelo,

Fazendo-me lembrar do vazio no coração,

Que me condenou a viver neste flagelo...

~

Eu te amo, mas queria te esquecer,

E meu inferno eu sei que vai se perdurar,

Pois o amor, não é fácil de desaprender,

Para quem na vida, só soube te amar...

~

E assim virão as frias tardes de outono,

Prenunciando outro inverno em minha vida,

E com o frio, sei que perderei o sono,

Tendo sempre a sua imagem abatida...

~

E os meus lírios, não sobreviveram,

Ao deserto que por aqui tu deixaste,

E anos passarão, sem haver um único verão,

Relembrando o dia em que me abandonaste...

Marco Ramos
Enviado por Marco Ramos em 26/07/2005
Código do texto: T37956