POESIA INSANA
Minha poesia é insípida incolor e inodora
É lamina que corta penetrando a alma
Minha poesia não tem elipses e eclipses
É lacônica inominável e também anômala
Minha poesia não tem contexto ou rima
É a gota que transborda o cálice da ira
Minha poesia é inaudita e assaz insana
É surreal e nefralgicamente anti-superficial
Minha poesia é míope insalubre e obtusa
É antagônica inalienável e em si inóspita
Minha poesia é abissal e incongruente
É o escuro da cegueira de meu olhar
Minha poesia é insignificante e rasa
É a medida incerta de minhas certezas
Minha poesia definha em cada frase
É o pendulo dos sonhos segredados
Minha poesia é meu subconsciente
É o que tenho de desconhecido em mim
Minha poesia não se presta a nada
É apenas o refrigério de meu viver
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