Saudades da Infância

Houve um tempo em que eu ainda acreditava.

Mas então eu era apenas criança,

Ainda não havia em mim

O que marca a alma adulta

A linha dura da desconfiança.

Não possuíam, então, os meus pensamentos

Nenhuma fronteira precisa, ou limites...

Desobrigava-me a liberdade,

Aconchegada nos braços inocentes

Da minha mais tenra idade.

Mas então, eis que as areias escorrem...

Desse frio instinto do tempo

Às vezes nos caem nos olhos e ardem,

Constrangem-nos a olhar para dentro,

Para as nossas infâncias que morrem.

Adulto, caí nesse mundo,

Já não conheço mais tanta esperança,

Os livres ventos que me sopravam,

Se ainda restam em mim...

São apenas vaga lembrança.

Marcelo FAS
Enviado por Marcelo FAS em 23/07/2012
Código do texto: T3792888
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