Obrigada
Como posso fingir que não existe tristeza
Por detrás deste olhar para mim?
Como posso fazer para que essa imagem,
Que se repete sem cessar diante dos meus olhos desaparecerem?
Como posso dar ares de vencedor
A alguém que não sabe o valor da vitória?
Como posso garantir felicidade para quem não sabe o valor dela?
Muito obrigada, idiota!
Muito obrigada, imbecil!
Porque hoje estas respostas estão mais claras para mim...
Obrigada por me iludir,
Obrigada por me abandonar
Eu falei que você estaria certo ao sair
Mas que jamais poderia retornar...
Obrigada por me achar perdedora
Até mesmo indigna de você...
Agora posso perceber que neste jogo
Foi só você quem ganhou...
Obrigada justiça,
Obrigada conseqüência...
Obrigada por tentar,
Mas, querido...
Agora se acostume ao meu silêncio...
Como poderia eu,
Como tantas vezes cansou de dizer
Insignificante e estúpida,
Como poderia eu, agora
Ser a razão da sua vida?
Como poderia sua vida tão perfeita
Eu ter algum sentido por um momento?
Como poderia te oferecer algo,
Você cansou de dizer que eu não era nada?
Como poderia te dar motivos para comemorar
Se nem ao menos era inteligente para te fazer sorrir?
Como poderia te apresentar aos meus amigos burros,
Como sempre dizia,
Se eles não estão no seu nível?
Como me quer na sua vida?
Como pode dizer que sente falta?
Como pode ser? Eu não entendo,
Que tudo que eu não tenho,
Que tudo que tanto criticou,
Seja o maior desejo de sua vida?
O que mudou?
Obrigada por ter saído,
Obrigada por ter deixado o caos atrás de si,
Obrigada pela paixão rejeitada,
Obrigada por sempre me fazer humilhada,
Obrigada por ter partido meu coração...
Obrigada pela cama vazia,
Tudo isso é muito melhor,
Do que estar com você...
Obrigada por todas as lágrimas,
Elas lavaram minha alma...
Obrigada pelo escuro,
Obrigada pela maquiagem borrada,
Obrigada por me fazer sobreviver
E ser mais forte sem você...
Obrigada Lei do Retorno,
Obrigada Justiça Divina...
Lembra?
Falei-te que estava certo o partir,
Mas que não poderia mais voltar...
Falei-te que seria o último beijo,
E você me disse para parar,
Que para onde você ia,
Dele não precisaria...
Obrigada por nada mais,
Agradeço por me procurar,
Mas agora se acostume ao meu silêncio...
Naquela manhã de sábado,
Quando você disse que ia partir
Eu te implorei para conversar...
Pedi para que tivesse certeza,
E você não quis mais ficar...
Roguei pelo nosso amor,
Mas você me disse que nunca houve,
Que fui somente eu quem o amou...
Então eu te falei:
“não precisa mais dizer nada!”
Abri a porta e dei espaço para sair,
Abri espaço para você caminhar...
Mas...
Lembra-se das minhas palavras?
“Pelo mesmo caminho que vais
Peço-te que não volte...
O que fez não tem conserto,
Meu coração não aceita remendos,
Vou fechar a porta
Vou arrumar a casa...
Vou me livrar de cada pedaço de você...”
Mesmo assim,
Achando que estaria tudo bem,
Agora você volta...
Como pode ignorar as placas de “mantenha-se longe!”?
Como pode ignorar meu último aviso?
Como pode ser imprudente
E esquecer que eu era capaz
De viver muito bem sem você?
Como pode esquecer que sou melhor sem você?
Como pode ignorar as placas de aviso: “fique longe de mim!”
De nada adiantou não atender ao telefone?
De nada adiantou inventar desculpas para não te ver?
Como pode ser tão tolo?
Agora não faz a mínima diferença...
Mas, como pode ficar indiferente a minha cara de nojo?
Como pode banalizar a porta sempre fechada?
Avisei-te que chegaria o dia em que você
Seria uma página virada,
Seria apenas mais um,
Que não representaria mais do que passado...
Que não seria mais nada...
Nem lembro como era seu beijo...
Não me importo com seu olhar...
Não faça isso na minha frente,
Vai maltratar seus joelhos!
Pare de se humilhar...
Obrigada, seu idiota.
Agradeço-te imbecil,
Por ter estilhaçado o coração que te dei,
Fico muito grata porque agora eu tenho um que é só meu...
Obrigada pela ilusão que me promete,
Mas prefiro minha realidade sem você...
Obrigada pelos elogios,
Pelas caixas de chocolate,
Pelos inúmeros buquês de flores...
Mesmo assim,
Não quero mais você...
Obrigada,
Por nada mais que palavras...
Mas agradeceria ainda mais,
Pelo teu profundo silêncio...