Noite sem dormir...
Não consigo dormir a noite!
Ando a vagar...pra lá e pra cá...
Feito corujas, e outros animais de hábitos noturno
Onde está meu sono?
Que nunca encontro!
No início da noite
Tomo dois comprimidos fortes
Receitados pela psiquiatra para eu dormir
Mas eu não sei procurar o sono!
E fico em desespero! Eterna agonia...
Isso é castigo ou purificação?
Sempre tive esse mau
Desde menina moça
Que meus pensamentos não param
Fico cansada de tanto pensar
Mas sono eu não sinto
Só consigo dormir já no alvorecer
E viver assim acordada a noite inteira
Fazendo mil e uma coisa
Escrevendo, pintando, fazendo flores
Rabiscando projetos...
Desmanchando outros!
E reconstruindo-os novamente...
Não! Estou longe do padrão de normalidade social
Eu sou peculiar demais! E não gosto disso!
Queria não ser tão reflexiva... não ler entrelinhas
Nem ter coragem de dizer tudo que sinto...
E além do mais escrever...
Porque dizer é bem fácil!
Mas deixar as marcas eternas do que se falou
É para poucos.
Porque a maioria tem medo de assumir o que fala
Eu não tenho! Ainda que me apedrejem!
Falo e escrevo o que considero relevante...
Mas viver assim, sem dormir e com mil ideias
Deve ser coisa de gente louca!
Louca sem agressividade e sem esquizofrenia
Louca varrida! Como se diz no popular...
Mas aí, eu não jogo pedras na lua
Pelo contrário, ela me inspira tanto
Que sou sua admiradora!
E para ela faço poemas e canções
Na verdade chego a conclusão
Que pensar demais
E ser louco socialmente
Porque quase ninguém
Consegue nos entender de verdade.
E assim vou indo... trocando o dia pela noite
Sabendo que minha vida está indo
Na companhia da solidão noturna
No cansaço diário por não repor minhas energias.
Desse jeito... não sei se consigo ir mais adiante..
Fátima Alves/ Poetisa da Caatinga
Natal, 13/07/2012
Imagem retirada do google