Não Me Venha
Não me ligue pra dizer tuas palavras áperas
Nem pra dizer das tuas andanças bebadas
Nem me procure quando a raiva do mundo estiver sobre teus ombros
E nem me venha despejar sobre mim tua ironia irracional
Nem me venha com flores colhidas do cemitério
Nem me trate feito farrapo que pisas sem dó
Não me procure pra dizer que o erro foi só meu
Não tente me fazer desacreditar no que me é bom
Não venha com galantejos depois de teus desprezos
Nem venha com a doçura amarga de um limão cortado
Não me ofereça essas sobras de nada que tanto descartas
Nem me venha dizer que me quer bem
Não me faça o carregador de teus fardos
Nem me faça como um tolo objeto de simples uso
Não me diga o que sente é o bastante
E nem me venha de bom grado dizer o que mais soa leviano
Não me procure se não quer amar
Nem me busque se não quer me ter