Invisibilidade
Esquálido, magricela e em andrajos
O menino amarelo
Abatido pela fome que lhe tortura o estômago
Revira o lixo...
Mas, não encontra nem farelos.
Resignado...
Ergue os lânguidos olhos aos céus
Como em súplica ao Salvador.
Talvez, perguntando o porquê
De tanto sofrimento.
Invisível...
Dos transeuntes não se ouve um lamento
Pois eles têm pressa de chegar
À casa
Ao trabalho
De resolverem pendências
Sofrimento não lhes toca o coração.
Resta, então, ao pobre menino, prostrar-se no passeio, abatido...
Exposto ao inclemente relento.