Invisibilidade

Esquálido, magricela e em andrajos

O menino amarelo

Abatido pela fome que lhe tortura o estômago

Revira o lixo...

Mas, não encontra nem farelos.

Resignado...

Ergue os lânguidos olhos aos céus

Como em súplica ao Salvador.

Talvez, perguntando o porquê

De tanto sofrimento.

Invisível...

Dos transeuntes não se ouve um lamento

Pois eles têm pressa de chegar

À casa

Ao trabalho

De resolverem pendências

Sofrimento não lhes toca o coração.

Resta, então, ao pobre menino, prostrar-se no passeio, abatido...

Exposto ao inclemente relento.

Valmari Nogueira
Enviado por Valmari Nogueira em 05/07/2012
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