APELO
Quanto esquecimento perdido,
Quanto ressentimento sentido,
Quantas verdades mentidas;
Quantas desilusões nesta vida.
Cadê você, ó dama negra da noite?
Não prolongue minha angustia,
Acabe de vez com essa tortura,
Mostre a face funesta de sua figura.
Tu és forte e poderosa,
Fria, gelada e impiedosa.
Corte a raiz de tanto sofrimento
Ceifando o fruto do nascimento.
Quero ser teu amigo,
Que da vida sou inimigo,
Onde se planta amor e paixão;
E colhe enganos e desilusão.
Quero ir com você para o além do além;
Cansei de resistir, não quero mais insistir,
Vou com você só com passagem de ida
E esquecer que um dia tive vida.