Disritmia
Sorriso deflorado,
lástima de constante aflição
onde afogo o ontem
e perco o amanhã.
Desatino o presente
na perdição do que seria decente e,
em um corolário de amargura,
me torno apenas mais um demente.
Tenho um sono disturbado
em uma disritmia cardíaca que me ofega,
Sofro de um carisma apático
por um vício simplório de acreditar no amor...
Amor precário,
tão seco, tão sedentário!
Eis que por descuido
recaio em lágrimas sem amparo.
O pulso não se sente,
não se faz lembrar.
O amor é proferido entre os dentes,
Triste descaso que me faz pecar.
Reviro noites em claro
revolto em uma angústia que não se explica,
mas que fica,
que aperta o coração
e pelo dia se estica.
Sei que é muita fantasia,
meras ilusões,
mas preciso tentar acompanhar a melodia
e não precipitar minhas decisões...