12 de junho- quero pular do lugar mais alto do mundo
Dia dos namorados.
Acordei.
Não há ninguém ao meu lado.
Dia de beijos e carinhos melados.
O gosto dessa solidão hoje
provém à minha alma
um sabor ainda mais amargo.
Vontade de queimar todas as poesias;
que valor elas tem?
Cheias de romantismo e entrega,
é inútil para mim,
que nunca fui amado por ninguém.
O presente que ganho hoje,
é ler nessas faíscas
um mundo tão sonhado,
e ver que nada disso vivi;
Na TV amores com final feliz,
as cenas de cinema, idem.
Nos parques, nos campos, na rua de casa,
neste outono a tempestade
é de casais em enxurrada...
O que me resta é assistir da arquibancada
roteiros perfeitos que o destino escreveu
para as Julietas e os Romeus,
e eu na minha quimera ensandecida,
de achar que este sonho é meu.
E já me via nas festas natalinas,
sem o rancor de sempre: noite feliz.
Programei tanta esperança
para terminar assim,
meu peito dilacerado sem compreender
porque seus olhares que diziam sim,
agora tornaram-se mal-me-quer.
Tomarei consciente este cálice de amargura,
que talvez não tenha eu nascido para ninguém...
O único amor que me espera,
são dos meus versos,
que escrevi para quem?