LEMBRANÇAS IDAS

LEMBRANÇAS IDAS

Autor: Maurício Irineu

Com vontade de escrever

Mas sem muita inspiração,

Vasculhei no coração

Uma lembrança de você;

O que me veio ocorrer

Foi algo quase apagado

Recordação do passado,

Que já dou por esquecida

Dos dias em que você,

Quase mesmo sem querer,

Passou pela minha vida.

Eu era um marinheiro

Navegando em mar bravio,

Tendo a vida por um fio

Dentro de mim, qual veleiro

Viajei anos inteiros,

Sem ter onde ancorar

Um porto para atracar

Meu barco de fantasias;

Foi quando você surgiu

Não sei de onde saiu,

Mas me trouxe alegria.

De repente a calmaria

Dissipava o oceano;

Inserida nos meus planos

Eras minha estrela guia.

Não sei pra onde irias

Conduzir o meu veleiro,

Mas confiei por inteiro

Em minha intuição;

Juro que não pensava

Nem sequer imaginava,

Me enganara o coração

Pensei poder recostar

Neste porto, meus temores

Meus carinhos, meus amores

E tudo te entregar;

E neste meu palpitar

Eu abri o coração

De minha embarcação,

Julgando, de fronte erguida

Ter finalmente encontrado

A minha cara-metade,

Minha “bela-adormecida”

Mas, que marinheiro bobo!...

Não reconhece um porto?!...

Não distingue um peixe morto...

Então, por que tanto rogo?

Saber que minhoca é gogo

Não tem significado;

Um veleiro naufragado

Deixa o marujo com mágoas

Se ele percebe com dor,

Que o porto que ele encontrou

Era só um tronco n’água.

MAURICIO IRINEU
Enviado por MAURICIO IRINEU em 10/06/2012
Código do texto: T3715813
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