Análise

Dos teus lábios saem

sábios preceitos

pensamentos e defesas

que em minha mente,

como sementes, se plantam.

Porém em teu ser

há um nó desfeito

desatado às pressas

de um invisível manto.

Ver-te... outra vez? Não quero.

A outros dou meu sorriso terno.

Engano medos, trapaceio dores.

Me torno noite, me faço inferno.

Estranha nuvem, esta que passa

sobre o meu ser todo temporal.

Mata a rosa, deixa a haste

que ainda me fere como punhal.

Lembrar-te ainda é uma questão de honra

deste meu ser agora tão disforme:

apagar uma luz dentro do peito

é sombrear a si mesmo

pois o amor não dorme.

(Direitos autorais reservados - Lei 9.610 de 19.02.98) - Da série "Ventos e Cantos", Rio de Janeiro, 1990)

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 05/02/2007
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T370698
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