sonho perdido
Eu já tive um pedaço de chão
Era um sonho conquistado
Com trabalho,incessante,suado.
Lugar que ganhava meu pão.
Em madrugadas chuvosas ou estreladas
Saía eu feliz a caminhar
Pelos prados atrás da vacada
E no curral,o leite fresquinho tirar.
Nas horas bem claras do dia
No alazão fogoso e ligeiro
Cujo pelo que ao sol reluzia
Era eu o melhor boiadeiro.
Eu era na vida um forte
De companheira eu tinha a sorte
Carregava certezas e esperanças
Agora é desilusão uma mera lembrança.
De tudo que achava ser meu
Tudo acabou passou como névoas
Restou feridas marcas e mágoas
A sorte de mim se esqueceu.
Dizem que o tempo é que cura
O coração,embora ferido se regenera
Mentira!As lembranças são duras
O tempo castiga,desfigura degenera.
Sigo hoje minha vida sem nenhuma noção
Boiadeiro na estrada sem boiada
Errante e vazio carregando seu nada.
É assim o homem que perde seu chão.