Esperança
Ao desenrolar da tarde,
Meu propósito apresado
Pelo magno sentimento!
Fazia-me sentir a chama!...
Sublime eu andava...
Adentro na noite escura,
Caminhando em ruas solitárias...
Mas no meu coração eu acreditava...
Entranhado, eu sentia!
A lembrança esbelta,
Da Ariethe, tão Esplendida...
Ai, como eu a almejava...
Firme na deliberação
Meu peito enflorava...
... Sem jeito o amor aviltava-se...
Danado de emoção...
Quão é costume...
A Ariethe fez-me rememorar,
A paixão a brotar no meu âmago como labaredas...
Meigamente, à boca da noite,
Passara...
Deixando-me pesaroso!
E eu? Achando nos lençóis
D’esperança um azorrague...
Doravante o luar,
Da macambúzia noite abafava!
O cálice que eu cantava ao poetizar...
De um baque...
Eu mergulhara, de olhos!
Na soledade!
E nem de joelhos
Ela ambicionava o meu semblante...
Somente eu sinto...
A dó... Deste amor quando clamo...
Benguela, 14/3/2004-22h: 41-Noite.