ALIMENTANDO PORCOS COM PÉROLAS
Gastei todos os meus verbos
Alimentando porcos com pérolas
Contei histórias na fogueira
Em noites que pareciam eternas
Virei tanto a ampulheta
Vi tanta areia se movendo
E na cara de cada um
Só via alguém apodrecendo
Sentados em suas mesas redondas
Que não os levavam à lugar algum
Afogados em sua arrogância
Chafurdando na lama do mal comum
Apenas estátuas humanas
Esperando o fim de suas vidas
Julgando tudo e todos
Como responsáveis por suas feridas
E não adianta eu comentar
Ninguém está querendo aprender
Ter motivos para reclamar
É bem mais fácil que problemas resolver
E continuam lá
Sentados em mesas redondas
Que não os levam a lugar nenhum
Sorvendo uma vida insossa