Tente não me amar
Quantas moedas de cobre falso deitastes em tua bolsa?
Quantos sentimentos disfarçados de amor chorastes na saudade?
Quantos pesadelos encobristes no manto de invisibilidade?
O que fazes quando os amigos a deixam com seus cobertores?
O que fazes quando as minhas lembranças a acordam na madrugada?
Sabes que jamais haverá um amor como o que eu lhe dei...
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Tente dizer a si mesma que nunca me amou,
engane-se no espelho de sua solidão,
repita que não sente a minha falta...
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Quantas perolas reluziram sob a luz de um lampião à gás?
Quantos sonhos encarcerastes no calabouço das convenções?
Quantas dores sofrestes sem analgésicos da alma?
O que fazes quando os amigos possuem outras ocupações?
O que fazes quando não há quem aqueça suas orelhas?
Sabes que jamais haverá um sorriso em você como os que fiz surgir...
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Tente gritar para o abismo que não me ama mais,
iluda-se que os ecos a consolarão de sua determinação,
finja que não estás escolhendo a mentira que tanto rejeitou...
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Quantas histórias lhe deixaram sob o calafrio da vontade?
Quantas sensações de perda sufocastes em seu orgulho?
Quantas ilusões escaparam por seus dedos em nome de uma meia verdade?
O que fazes quando as minhas poesias lhe sussurram os ouvidos?
O que fazes quando os meus desenhos a distraem no cochilo?
Sabes que jamais haverá um silêncio com o qual se encante como o meu...
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A chamada do amor não dura para sempre,
estive a sua espera na estação da vida,
e me deixastes partir no trem das onze,
agora estamos em continentes diferentes,
em geografias emocionais de depressão,
tentando manter dramatizações de felicidades alheias...
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Tente dizer que não me ama pelo que eu fui,
tente dizer que não me ama pelo que eu sou,
tente dizer que não me ama quando a luz se apagar...