Passado
Bate sobre mim saudade imensa
De dias que habitam o passado
A alma súplica, chora, pensa
Na felicidade dos momentos lembrados.
O que fazer com saudade tanta
Da aurora do florescer de minha vida?
Onde está a lua, que à noite encanta,
Será também está adormecida?
Momentos vazios os que tenho agora
Rotulados por profundo tédio.
Às sombras escondem-se as horas
E torna-se fel o que fora remédio
Sono profundo minha alma sente,
Mas dormir, que horror! Já não posso,
Pois de paz me encontro carente
Vejo abertas as portas do fracasso.
Quisera eu voltar àqueles dias
Que ingenuamente colhia maçãs
Ao lado dos pais. Sorriso, alegria...
Aquilo é que eram manhãs.
Belíssimos dias cheios de esperança
Na alma apenas a simplicidade.
Hoje percebo que já não sou criança
E pior: que os anos furtaram-me a felicidade.