Queda Dos Véus
Realidade esta queda brusca dos véus
Sonhos despedaçados perdidos ao léu
Fincados no peito pontiagudos espinhos
Nós embaraçados entre pergaminhos
Diante do descortinar do escuro cenário
Recolhe-se o coração ao funesto calvário
Permeado pelas silenciosas madrugadas
Onde sepulta pálidas emoções veladas
Canto canoro que o amor no existir desperta
Presta-se para o réquiem das valas abertas
Dualidade morte e vida tingem de dor a lida
Sangrento derramar, prematuras partidas
Recolhem-se as velas dos planos sonhados
Sentimentos adormecidos no ácido abissal
Sob o agouro das corujas no cinza do céu
Realidade escancarada na queda dos véus.
(Ana Stoppa)