Enterrado em escombros
Nada que daquilo que fiz na sociedade tem importancia para ninguém
a construção da minha própria identidade deve estar aí no meio inclusa
depois de tudo sobrou nada de nada, nem para o meu mal nem pro bem
ninguém ouviu o estardalhaço da minha gritaria grotesca, confusa
É que eu ando a precisar de alguém comigo
alguém que não me trate como nojenta mosca
alguém que queira sinceramente ser um amigo
mesmo da forma mais monstruosamente tosca
Por favor: alguém me ajude, por misericórdia
a minha própria mão tem me matado aos poucos
gritar tanto tem me feito angustiantemente rouco
alguém me mostre as auras fora da discórdia
Se é que isso sequer existe
será que há alguem que resiste
essa atmosfera pesada nos ombros
algum bastardo forte de algum Zeus
ou qualquer um outro palatável deus
entre tantos quilos de meus escombros?
Escrito ouvindo “Somebody Someone” de Korn