O VIAJANTE DOS VENTOS
Faz com que eu vá em direção a tudo quanto me contradiz
Cala tua voz e assim me diz o que meus olhos querem escutar
Pra que o chorar faça do sorriso sua fonte e raiz
Pra que esse ato que não fiz, por meio do jamais se possa viabilizar!
Abre as asas desse impossível e nele estabeleça minhas esperanças
Nas estáticas danças que se promovem em todo som sob mudez
Veste minha crise com nudez e lhe empobreça com heranças
Pra que por meio de tamanhas abastanças eu seja a fome de tua escassez!
Haja sobre ti a lei sublime do fracasso triunfador
Que agrega o meu amor às listas dos passados sem futuro
Pra que eu me ilumine nesse escuro, pra que eu congele nesse ardor
Como argumento exterior do que internalizo como um muro!
Que aqui estou e assim serei bem mais além até que os tempos
Um viajante dos ventos atado e alado em teu perfume
Que a felicidade une aos indesatáveis laços dos sofrimentos
Que nasce em sonhados momentos e morre nos braços do ciúme!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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