Anjo maldito...

No caloroso abraço de tuas asas,

Acendes o fogo do teu olhar singelo,

Enquanto invades a alma de quem apropriastes,

A vida.

No delicado fio da navalha que compões tua língua,

Apagas as chamas do corpo desfalecido,

Enquanto adentras casca a qual afagastes, com a tua

Conveniência.

No contagioso toque do teu pensar profano,

Afogas o brilho dos aflitos e descrentes,

Enquanto apropria-se de ti mesmo, o desejo de tuas

Mentiras.

No apogeu da tua liberdade suposta,

Brada sobre tua figura nefasta,

O último suspiro de quem acreditavas ter,

Possuído.

E é no vão percorrido de tuas asas,

Que passa alma livre de sonhador,

Compondo com o próprio sangue...

O retrato de um Anjo que viveu um,

Falso amor...