Alzheimer Divino

Perdoa-me, mãe, se neguei o que me deste

Por abdicar da vida assim tão de repente

Mas é que não suportei tamanha peste

E em breve deixarei de ser vivente

Perdão aos meus amigos que agora deixo

Se causei mal, se faltei com respeito

Se minha amizade foi tratada com desleixo

Se não puderam arrancar minha dor do peito

Só não peço perdão a quem não conheço

Que felizes são por eu não ser dos seus

E ante os olhos desconhecidos, entristeço

Por ser tão vão e esquecido por seu deus

Edimar Silva
Enviado por Edimar Silva em 06/05/2012
Reeditado em 06/05/2012
Código do texto: T3653131
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