Alzheimer Divino
Perdoa-me, mãe, se neguei o que me deste
Por abdicar da vida assim tão de repente
Mas é que não suportei tamanha peste
E em breve deixarei de ser vivente
Perdão aos meus amigos que agora deixo
Se causei mal, se faltei com respeito
Se minha amizade foi tratada com desleixo
Se não puderam arrancar minha dor do peito
Só não peço perdão a quem não conheço
Que felizes são por eu não ser dos seus
E ante os olhos desconhecidos, entristeço
Por ser tão vão e esquecido por seu deus