Por alguma razão choro
Por alguma razão choro muito
choro muito por alguma razão
minha vida não vale nada
se eu sumir por uma semana
ninguem nem ao menos nota e
os vermes irão roer estes olhos
que tantas coisas tristes viram
Os vermes tem fome da minha carne
eles tem uma fome tremenda e tosca
e querem repartir a minha carne toda
usando os dentes afiados como garfo
Eu só tenho você agora junto a mim
a minha própria sombra quer me matar
de desespero de ter carregado as dores
deste meu parto de bastardo que eu tive
Essas minhas dores de parto são tremendas
sinto todo o meu corpo nú, ainda tremendo,
tremendo c’as ondas do mar e elas temendo
e temendo o meu futuro noumenal que tenho
Eu nunca tive nada nesse mundo além de mim
e talvez tenha tido você também por um tempo
e a minha sombra fugiu rápido para bem longe
coitada, não aguentou apressão dessas lágrimas
Eu tenho chorado por tempo demais
já é hora de sorrir para o astro Sol Ernani
Dê “adeus” ao fantasma esquelético da Morte