O mendigo e o pão

Pendurei meus anseios na varanda,

A dura realidade mandava ir à luta,

Sonhos , quimeras, filhos da alma;

Realidades às vezes, é filha da puta.

Sonhos leves, sobre nuvens, andam,

Menor chuvisco e a plantinha medra;

Relógio e dever, bostas que mandam,

Dizem onde e quando, partir a pedra...

Quando sonhos secarem terei de novo,

Por ora, balancem ao sabor do vento;

Falta-me tempo para incubar tal ovo,

E a sina sovina, pediu; dá um tempo...

Talvez, olhos verdes me olhem azuis,

Mas, na dúvida, eu vejo a coisa preta;

Meus ombros sofrem pesa minha cruz,

Mas, caminho, evito deitar na sarjeta...

Quando a real tiver cor de um jardim,

Juro que mandarei flores para poesia;

Mas por ora, nada demande de mim,

Pedir pão a um mendigo é covardia...