DESCONHEÇO-TE
Não desejo matrizes de indesejáveis estigmas
Nem a capilarização de sentimentos negativos
Desconheço-te em teu gelo emocional
Desejo a fruição do que há de melhor em nós
Mas não serei eu a interromper tua hibernação
Mas talvez após esse degelo a que se submete
Tenha-se destruído verdejantes campos
Pois o gelo pode queimar mais que o fogo
Não adentrarei por terras para mim inóspitas
Pela auscultação de momentos impensados
Nem decifrarei a linguagem de teus sentidos
Posto que veja nunca ter mesmo a ela conhecido
Talvez em outra dimensão desse reverso tempo
Ainda encontre um resquício do que um dia foi
Mesmo que as cicatrizes ardam ainda vivas
Saberei que tudo feito foi para teu tempo
E teu tempo é primordialmente celetista
Posto haver prioridades não interligadas
Que nada tenha com meu meus minutos
A não ser em minguantes minutos diários
Que mitigo como pedinte indutor
Como se nada mais me pudesse existir
Do que dentro de mim irremediavelmente existe
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