A SORTE ABRILEIRA

"Parasitas à portuguesa"

Disse o bobo do Funchal:

Isto é folclore abrileiro.

Mas esqueceu-se afinal

Que desta sorte é o primeiro.

É ‘stranho chamar folclore

A uma causa tão séria

Toda a gente sabe de cor

O que lá vai de pilhéria.

São assim os camaleões,

Até os mais ordinários,

Deitam a mão aos tostões

Para negócios falsários.

O folclore do nosso Abril

De falsário não tem nada

Oportunistas mais de mil

E quem sofre é a cambada.

Agiotas e demagogos

‘Stá na alma dos funchaleiros

Andam sempre a pedir rogos

Depois são pantomineiros.

Não confundamos, porém,

Há que fazer distinção,

Ninguém gosta, como convém,

Ser tratado abaixo de cão.

Dos tubarões do Funchal

Temos de nos acautelar

E seu povo, em Carnaval,

Tarda muito em acordar!

Frassino Machado

In MUSA VIAJANTE

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 25/04/2012
Reeditado em 25/04/2012
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