Estações animicas
Ela esteve nas quatro estações da alma,
Carência, esperança, conquista, decepção;
Só que o tempo dividiu-se incongruente,
A conquista foi de mui pequena duração...
Na carência, nem ao menos a conhecia,
Choro infantil cuja causa a mãe adivinha;
Precisava de alguém, quem eu não sabia,
Lacuna de afeição, vazio, era o que tinha...
Na esperança se tornou vistosa imagem,
Diante da qual devoto rendia meu culto;
A sonhada e bela companhia de viagem,
Para ansiados domínios, o homem adulto...
Na conquista foi o banquete e um porre,
Qualquer exagera quando o vinho é bom;
Toda desdita pretérita de repente morre,
Quando a harpa do amor ecoa o seu som...
Mas, as folhas caíram e sequer houve fruto,
Sei lá se faltou adubo, chuva, sais minerais;
O fato, que o sonho morreu, ainda uso luto,
sem doer o bastante para dizer nunca mais...