Tormento de Amar
Você vai e a solidão me pega pela mão.
Deixo, então, que a dor me dilacere...
E aos poucos essa angústia me devore.
Se de repente foge-me aos pés este chão.
E um abismo se faz... Eu mergulho.
Deixo pra trás, em cacos, meu orgulho.
Queda livre! Estou no vazio, sou o vazio.
O ar se comprime nos meus pulmões.
Mas morrer é a menor das minhas aflições.
Pior é viver de contradição... O amor...
que te permitiu voar tuas asas cortar.
Mesmo debaixo de chuva sentir-se queimar.
O tormento de amar e não ser amada.
É como se o paraíso me engolisse
e, em meio à lava fervente, me cuspisse.