Nada que fica

Ontem foi a noite.

Ela nem se faz incapaz de pensar o barulho.

O céu, completo.

Todo o zero do qual eu faço questão abandona-a.

Ela anda desconfortável sem a minha presença.

Ela ainda não achou estranho lembrar do nada que se passou.

Sai a insipidez, saem os fatos.

O pouco infinito se desfaz.

Saem os espaços, sai o vão.

Ela já se esquece menos.

Ruas ou segundos surgem.

Removendo a limpeza.

Meus restos, inteiros.

Ela realiza as verdades que sempre ignorou.

Parando estaticamente, em todos os vazios.

Nada que fica.

Sai a insipidez, saem os fatos.

O pouco infinito se desfaz.

Saem os espaços, sai o vão.

Ela já se esquece menos.

Gustavo Schaefer
Enviado por Gustavo Schaefer em 29/01/2007
Reeditado em 25/05/2010
Código do texto: T362298
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