VOZ DERRAMADA

Quem quer saber de poesia

Se tão áspera é a vida?

Pra que doces e ritmadas palavras

Se quem manda é a milícia?

Poesia? Ai que ela me persegue!

Mas poesia não é comida!

Não mata a fome!

Não enche a barriga!

Poesia? De que me serve a poesia

Se para o crack já perdi

Tanto meu filho

Quanto minha filha?

Ai que essa dor atroz

Me chora e me sangra!

Eis aí meu drama!

Só ouço minha própria voz

Quando na poesia ela se derrama!

rub levy
Enviado por rub levy em 19/04/2012
Reeditado em 02/07/2015
Código do texto: T3621840
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